O impacto das redes sociais na percepção da dieta glúten free

Nos últimos tempos, temos observado uma série de comentários e atitudes nas redes sociais que causam preocupação e desconforto para aqueles que convivem com a doença celíaca. Vamos abordar algumas dessas questões comuns e esclarecer alguns pontos importantes.

1. “Eu tenho doença celíaca, mas posso comer de tudo às vezes.”
É importante ressaltar que a doença celíaca é uma condição séria que requer uma dieta rigorosa sem glúten. Mesmo que alguns celíacos possam tolerar pequenas quantidades de glúten ocasionalmente sem apresentar sintomas, isso não significa que seja seguro ou recomendado. A exposição ao glúten pode causar danos ao intestino delgado e aumentar o risco de complicações a longo prazo.

2. “Eu bebo cerveja normal e me sinto bem.”
A cerveja tradicional é feita com malte de cevada, que contém glúten. Para pessoas com doença celíaca, a ingestão de cerveja com glúten pode causar danos ao intestino e desencadear sintomas. Existem cervejas sem glúten disponíveis no mercado, que são uma opção segura para os celíacos.

3. “Meu amigo tem doença celíaca e ele pode trapacear um pouco.”
Cada pessoa com doença celíaca reage de forma diferente à exposição ao glúten. Mesmo que alguns celíacos possam consumir glúten ocasionalmente sem apresentar sintomas imediatos, isso não significa que seja seguro ou saudável. A dieta sem glúten é a única forma comprovada de tratar a doença celíaca e prevenir danos ao organismo.

4. “Doença celíaca não é tão ruim. Pare de ser tão dramático.”
Para muitas pessoas com doença celíaca, a dieta sem glúten pode ser desafiadora e impactar significativamente a qualidade de vida. Além dos sintomas gastrointestinais, a exposição ao glúten pode levar a complicações graves, como osteoporose, infertilidade e até mesmo câncer. É importante reconhecer e respeitar as dificuldades enfrentadas por quem convive com essa condição.

5. “Sinto muito pelos celíacos que têm dificuldade em manter uma dieta 100% sem glúten.”
A manutenção de uma dieta sem glúten estrita é essencial para a saúde e o bem-estar das pessoas com doença celíaca. Embora possa ser desafiador, existem cada vez mais opções de alimentos sem glúten disponíveis, facilitando o cumprimento da dieta.

6. “Não sinto muito pelos celíacos que trapaceiam e depois se gabam, como se fosse uma medalha de coragem.”
É importante entender que a exposição ao glúten pode ter consequências sérias para as pessoas com doença celíaca, mesmo que elas não apresentem sintomas imediatos. A pressão social para “trapacear” na dieta pode ser prejudicial e minar os esforços das pessoas em manter uma dieta saudável e segura.

7. “Não tenho paciência para os celíacos que trapaceiam e depois se perguntam por que os outros também não trapaceiam.”
Cada pessoa com doença celíaca tem sua própria jornada e desafios individuais. É importante evitar julgamentos e promover empatia e compreensão em relação às dificuldades enfrentadas por quem convive com essa condição.

Somado a isso, há o conhecimento geral e a falta de compreensão/empatia para com aqueles que têm a condição de celíaco e fica assistindo essas bizarrices.

Isso tudo cria um cenário propício para um desbafo:

“Estou extremamente incomodado com os comentários sobre:

 “sair da dieta por apenas uma refeição”, ou

oh, eu conheço alguém que tem problemas com glúten e ela usa farinha de trigo orgânica .

Na realidade, ninguém com consciência de sua condição de celíaco ou intolerante a glúten pode sair da “dieta” por apenas uma refeição.

Afinal, passar noites segurando a barriga com dor, enquanto simultaneamente desejando poder enfiar a cabeça em um moedor na esperança de aliviar a enxaqueca não deve ser legal.

Passar o dia seguinte no banheiro com diarreia. Tudo por causa da ingestão acidental por contaminação cruzada ou propositalmente????

Nada vale o dano que você está causando no seu corpo.

Aquele seu amigo que usa farinha orgânica! Não é a solução para ninguém com doença celíaca. Existem os substitutos aceitáveis e fico feliz quando ouço falar que as pessoas conseguem encontrar substitutos que não exigem uma mudança completa de estilo de vida numa dieta mais sadável. Mas, infelizmente, não é para todos. Não existe “um pouco de doença celíaca”.

Você é celíaco e isso significa glúten, em nenhuma forma, para sempre.

No entanto, por favor, tenha em mente que esta é uma doença autoimune, não uma sensibilidade alimentar, não uma moda passageira. Ela nunca desaparecerá. Nunca mudará pelo o resto da vida e, ESPERANÇOSAMENTE, você conseguirá  viver uma vida boa dentro de   nossa sociedade inundada pelo  glúten.”

Não poderia ter expressado melhor. Você só tem uma vida e um corpo. Seja gentil consigo mesmo e não venha nos comentários falar que sou negativista.

Atualmente, não há uma cura definitiva para a doença celíaca. O tratamento principal consiste em adotar uma dieta rigorosamente sem glúten, eliminando todos os alimentos que contenham trigo, cevada, centeio e, em alguns casos, aveia. Isso geralmente leva ao alívio dos sintomas e à cicatrização do intestino delgado em pessoas com doença celíaca.

Alguns estudos estão em andamento para investigar terapias alternativas, como enzimas que ajudam a digerir o glúten, vacinas para modificar a resposta imunológica ou até mesmo terapias genéticas.

No entanto, até o momento, nenhuma dessas abordagens se mostrou completamente eficaz como uma cura para a doença celíaca. É importante que as pessoas com essa condição sigam uma dieta sem glúten estrita para gerenciar os sintomas e prevenir danos ao intestino.

Então é o que temos agora:
A doença celíaca é uma condição séria que requer cuidados e atenção especial. A dieta sem glúten é o único tratamento eficaz para controlar os sintomas e prevenir danos ao organismo. É fundamental promover a conscientização e o respeito às necessidades das pessoas com doença celíaca, evitando comentários e atitudes que possam minimizar a gravidade da condição. A empatia e o apoio da comunidade são essenciais para ajudar os celíacos a viverem uma vida saudável e feliz.

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